terça-feira, 20 de abril de 2010

Sofista significa impostor ou sabio?

No diálogo Sofista, Platão demonstra que a sofística tinham como objetivo o desenvolvimentodo do poder de argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Os Sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia, levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de eloqüência e sagacidade mental, ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados. Transmitindo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários. A parir dessas concepções, não haveria uma verdade única, absoluta. Tudo seria relativo ao homem, ao momento, a um conjunto de fatores ecircunstâncias. E foi devido a essas características que a palavra sofismo ganhou o sentido de impostor, o fabricante de uma realidade fictícia, perdendo o sentido Etimologicamente, do termo sofista que significa sábio.

Esse diálogo demonstra que os Sofistas na fabricação de realidade fictícia colocada por Platão, possui um aspecto do discurso que matreiramente distorce o significado de termos fundamentais (por exemplo amor, liberdade, etc.) É a corrupção da palavra, que ao desvincular-se da realidade (da verdadeira realidade) pelo mero culto à forma ou como veículo de poder faz como que o real cede aos desígnios do orador.

Segundo Platão, para todo logos que alguma coisa é o caso, deve ser alguma coisa ou sobre alguma coisa. Platão articula que para todo logos que alguma coisa é o caso, deve ser alguma coisa ou sobre alguma coisa. Tentando dar uma definição do sofista, Platão encontrou o segundo obstáculo. Se o sofista disse para criar uma falsa crença em sua própria sabedoria, pela falsa declaração, ele objeta que é impossível pensar ou declarar alguma coisa que não é o caso. Conseqüentemente, torna-se necessário adequar esta objeção com a explicação de falsidade no pensamento e na fala (na expressão do pensamento).

O sofista se vale de uma concepção de Ser, que lhe dá armas argumentativas para embaraçar e colocar em contradição os seus oponentes, validando sua atividade de mago das palavras, de criador de imagens e simulacros. Era fundamental para ele provar o erro do princípio ontológico no qual os sofistas se apoiavam pois a partir desta prova ontológica poder-se-ia desautorizar o pensamento e atividade sofista e estabelecer uma filosofia e uma ética cujos corolários morais, políticos, práticos, permitiriam o bom, belo e justo funcionamento da cidade e do cidadão.

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